segunda-feira, 8 de junho de 2015

Gêmeos


Eram gêmeos, pelo menos era o que se mostrava aos olhos todos.
Quase idênticos, se não fosse os pontos e as vírgulas que bailam diferentes, muitas vezes se encontrando, se fazendo igualar.
Um pede o peito, o outro a mama
E um Eu de tão grande re-partiu-se.
Não se desgrudam, por ora só se suportam
diferentes ideias, mas uns gostos se refletem
se demora a chegar  perto, dói o peito de lembrar.
Fora dele tem um outro que desfila por aí
disfarçado dele que quase se confunde;
pensa o mesmo  e encabulado quase enjoa de  olhar
 a parte sua mais perfeita  que se fez duplicar.
De um milagre, duas lluuzz.
São dos astros e quem surgiu em sua guia
divide um só corpo para dois.
Quase o mesmo, mas nem tanto, nem tão pouco.
Algumas histórias são as mesmas
só ecoam em horas diferentes
já cansadas de impressionar
e a coincidência  disfarçado  de acaso
cria caso do imaginar.
E quando fecham os olhos, e conseguem se desconectar
em outra cama, outro teto a lhes cobrir;
sonham  quando se formavam,  apertados,
tão juntinhos se abraçavam e cochichavam baixinho;
- Minha parte, parte minha!
 Há promessa, o aconchego jamais poderão negar.
E desde então, quando duas almas se encontram
e se desejam sem parar, quase únicas,
se transformam em almas gêmeas,
e quem ousa separar?


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