quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Uma Volta


Olhando o céu
não sei até onde vão as casas,
as ruas da cidade,
já nem sei quem vai passar...
São tantos carros, motos, ruas, avenidas,
olha o bairro do Mucambo
“peraí” sinal vermelho...
olho de um lado para o outro pra cruzar

tá verde, toco reto
depois viro à esquerda…
acelero, estou na praça
vou subindo essa ladeira

de um lado para outro
vejo gente acumulando nas esquinas
em meio ao fim da tarde,
carros lentos,
a Av. 7 de Setembro
parece mais comprida

bancos, contratos, cobertor, dvd,
pneu, retrato, cabo, pilha, apontador
buzina, carro, pedestre, cachorro quente e a Dullin’
Muvuca, cinzeiro,
pente, bala, corrente,
kombi, bomba,
camelô vende filme em meio a um monte de gente

onde as moças na calçada
fazem da vitrine, espelho...
a moto passa raspando no busão
em frente à Toca do Coelho…

olhando o pôr do sol
e até onde vão as retas,
as curvas, os bairros da cidade,
daqui miro um belo rio

Olhando bem em frente
vem o tempo e muda tudo
as comportas são abertas,
será que o barranco aguenta a força
desse imenso rio?!

- Ó, nós aqui…
beraderos e as suas casas
- Ó, nós aqui…
banzeiro corre e as palafitas são levadas

De um lado para o outro, urgentemente,
as dragas servindo de cortinas…
- E não tem pedra, muro, desvio ou lamento
o rio come por baixo e não por cima…

Thiago Maziero e Amadio
* Publicado na revista Expressões (Porto Velho), nº 18

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